Era o medo de perder-te que fazia com que me movesse. Era
esse mesmo medo que fazia com que eu parasse. Contraditório? Estagnei.
Estagnei-te em mim. O medo de perder-te era tanto que preferi fazê-lo.
Afastar-me, deixar-te livre.
A gaiola está aberta… Podes voar. Sai, vai-te embora e deixa-me aqui,
simplesmente a pensar o que seria de mim contigo preso a mim. Vai… Podes ir.
Como eu preciso de ti! Que sem nexo que isto é. O que é isto? Que força é esta?
Não queres sair da gaiola porquê? Tens a porta aberta… És livre. Um livre
sonhador. Segue a tua linha, percorre o mundo se necessário. Conhece mil outras
espécies, voa, sê feliz, velozmente, à velocidade da luz se assim quiseres.
Sai, para eu poder fechar a porta da gaiola, engolir a chave e nunca mais poder
abri-la novamente. Abre as asas, bate-as. Tens o mundo lá fora, à tua espera.
Quero ver-te sair, porque tenho medo que mais alguém entre nessa tua vida,
rodeada de grades de pétalas de flores. Cheiram tão bem… Vai, por favor. Deixa
com que esta minha inquietude se vá embora. Faz com que este meu instinto de
posse desapareça.
Não queres ir? Eu deixo que fiques então. Mas vou fechar a porta com o cadeado
mais forte que encontrar. Faço-te a vontade, mas quero-te só meu!
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